A filosofia de Aristóteles, principal discípulo de
Platão, situou-se em um momento de decadência da pólis grega e ascensão do
Império da Macedônia. As constantes batalhas entre as cidades-estados as
enfraqueceram. Felipe II da Macedônia, no século IV a.C., foi quem estabeleceu
as bases do Império que acabaria com as cidades-estados. O seu reinado – e
depois o de seu filho Alexandre Magno – acabou com a independência das pólis e
instalou no mundo grego o Império Macedônio.
A família de Aristóteles era ligada a Macedônia, pois seu
pai havia sido médico daquela corte. Aos 18 anos de idade, o filosofo foi
mandado para Atenas, que ainda era a capital cultural do mundo grego, para
estudar na academia platônica. No entanto, manteve durante a vida ligações com
o novo Império, tendo sido, inclusive, professor de Alexandre Magno. Em Atenas,
Aristóteles recebeu grande influência de Platão, embora tenha se afastado dele
em muitos pontos, construindo uma filosofia com profundas especulações
filosóficas, estudos políticos, pesquisas e explorações científicas. Ele
discordou de seu antecessor, sobretudo em relação ao mundo das idéias. Para
Platão, o mundo material seria uma projeção, uma espécie de imitação do mundo
das idéias, sem realidade concreta. Para Aristóteles, ao contrário, o mundo
sensório era objetivo e real. A produção deste filósofo foi vasta e brilhante,
abrangendo um grande número de áreas do conhecimento. Ele foi ainda o primeiro
a classificar essas áreas, definindo a lógica, a ética, a política, a física, a
metafísica e a poética como ramos do saber. A obra aristotélica pode ser
considerada como um grande mapeamento histórico do que havia sido produzido na
Grécia antiga, uma síntese de todo o conhecimento acumulado pelos gregos, e uma
clara tentativa de manter viva a pólis grega. Com esse mapeamento, Aristóteles
deixou delineados os traços que o conhecimento ocidental haveria de percorrer
nos milênios seguintes.
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